Monitorizar a competitividade turística do Algarve

O projeto “IMPACTUR ALGARVE - Plataforma de monitorização, previsão e simulação da competitividade turística do Algarve no âmbito territorial nacional e da bacia mediterrânica de Espanha”, é coordenado por Fernando Perna, do Centro de Investigação, Inovação e Desenvolvimento em Turismo (CiTUR).

Trabalho digno e crescimento económicoCidades e comunidades sustentáveisProdução e Consumo Sustentáveis

O projeto “IMPACTUR ALGARVE - Plataforma de monitorização, previsão e simulação da competitividade turística do Algarve no âmbito territorial nacional e da bacia mediterrânica de Espanha”, é coordenado por Fernando Perna, do Centro de Investigação, Inovação e Desenvolvimento em Turismo (CiTUR). Resulta de 20 anos de ação na investigação aplicada em Turismo e é financiado pelo Programa Operacional Regional do Algarve, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu Estrutural e de Investimento.

Este projeto visa criar uma plataforma digital inédita que, com base em estatísticas oficiais de Portugal e Espanha e em entrevistas e inquéritos a turistas, possibilite desenvolver e disponibilizar online, de forma regular, um modelo interativo de monitorização, simulação e previsão da competitividade turística do Algarve vs. as restantes seis regiões NUT II de Portugal e cinco regiões da Bacia Mediterrânica de Espanha.

Segundo o investigador, “esta será uma plataforma dinâmica e de livre acesso, onde, por exemplo, será possível testar cenários sobre como alterações nas chamadas variáveis «driver» inseridas pelo utilizador (como variações de quotas de mercado por origem dos turistas) podem influenciar o desempenho de indicadores do turismo no Algarve em áreas como a economia (gastos dos turistas), ambiente (pegada ecológica), marketing (imagem do destino), gestão (métrica de desempenho no setor de hotelaria) e social (intensidade de carga)”.

A utilidade deste instrumento é, assim, evidente pelo conhecimento dos impactos neste e noutro conjunto de variáveis da competitividade do Turismo no Algarve, o que permite diminuir a incerteza no contexto de decisão dos gestores, sobretudo nos gestores das Pequenas e Médias Empresas (PME), cujo volume de negócios habitualmente não permite consignar este tipo de investimento tipicamente afeto apenas às grandes empresas.

“Existe no projeto esta evidente motivação de aproximar a teoria à prática, e de consolidar uma estratégia de investigação pelo valor do conhecimento e da capacitação ao serviço da comunidade”, conclui o investigador.

De entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, o projeto procura contribuir para três. O Objetivo 8 - “Trabalho digno e crescimento económico”, fazendo-o através do Turismo como indústria geradora de riqueza e de qualidade de vida, o que só é possível se integrado com o Objetivo 11 - “Cidades e comunidades sustentáveis”, pois só assim o Turismo se pode gerar um legado de bem-estar ao longo do tempo e não de predação de territórios e identidades. Por último, o IMPACTUR ALGARVE, ao interagir entre o benefício dos produtores (por exemplo, as empresas de hotelaria e restauração) e a satisfação dos consumidores (sejam residentes, turistas nacionais ou turistas estrangeiros), contribui para o Objetivo 12 - “Produção e consumo sustentáveis”.

Fernando Perna

Fernando Perna é Licenciado em Economia, Mestre em Economia e Política da Energia e do Ambiente, Doutorado em Economia e é investigador do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR).