Paulo Águas tomou posse como Reitor no Dia da Universidade do Algarve

Na cerimónia de investidura do reitor da UAlg, que decorreu no dia 15 de dezembro, Paulo Águas iniciou o seu discurso lembrando que se recandidatou ao cargo de reitor “por considerar que pode contribuir para a Universidade do Algarve continuar a sua trajetória de crescente afirmação nos planos regional, nacional e internacional”.
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As comemorações, que integraram o programa do 42.º aniversário da UAlg, decorreram no Grande Auditório Caixa Geral de Depósitos, no Campus de Gambelas, com uma sessão pública que, além dos vários membros da comunidade académica, contou com autoridades militares e forças de segurança, entidades diplomáticas, entidades civis e religiosas.

“Hoje é, simultaneamente, um ponto de chegada e um ponto de partida”, referiu Paulo Águas, lembrando um caminho iniciado há quatro anos bem como os desafios enfrentados, nomeadamente a fragilidade da situação financeira, o processo de regularização dos trabalhadores precários e o dossiê do emprego científico, sem esquecer o desafio “mais impactante”: a pandemia da COVID-19.

Reitor enumera 10 destaques como balanço dos resultados alcançados

Antes de perspetivar o futuro, o reitor fez um balanço sumário dos principais resultados alcançados. O primeiro destaque apontado por Paulo Águas centrou-se no aumento do número de estudantes e do número de diplomados e o segundo no facto de a UAlg estar entre as Instituições de Ensino Superior (IES) com maior percentagem de estudantes de nacionalidade estrangeira, com 19,0%, cinco pontos percentuais acima média nacional.

O terceiro destaque diz respeito ao ranking da Times Higher Education, com cinco participações da instituição, em que apenas numa delas a UAlg não foi a IES portuguesa com melhor resultado no pilar do International Outlook, registando a posição cimeira nas três últimas edições.  Em seguida, o reitor da Universidade do Algarve referiu-se ao número total de projetos em execução, que aumentou mais de 50%, situando-se acima dos 300 nos últimos dois anos. A tipologia predominante é a investigação e o desenvolvimento, tanto em número como em obtenção de receita.

 O aumento do envolvimento com a comunidade e com os parceiros, que pode ser ilustrado pelo singular contrato programa estabelecido com todos os municípios do Algarve para apoio financeiro ao reforço das vagas do Mestrado Integrado em Medicina, que já aumentaram 50%, de 48 para 72 vagas, foi o quinto destaque elencado por Paulo Águas.

Seguiu-se o início e a conclusão do Polo Tecnológico, constituído por um Centro de Simulação Clínica, no Campus de Gambelas, designado por UAlg TEC HEALTH, e por uma aceleradora de empresas tecnológicas no Campus da Penha. A aceleradora, designada por UAlg TEC CAMPUS, será um elemento dinamizador do Algarve Tech Hub, projeto em que a UAlg está comprometida com a Algarve Evolution, uma associação empresarial vertical na área tecnológica, e com municípios com o propósito de transformar o Algarve no TECH HUB europeu com melhor estilo de vida. 

O sétimo resultado destacado refere-se ao aumento da satisfação da comunidade académica (estudantes e não estudantes) aferidos através de inquéritos de monitorização do processo ensino-aprendizagem, um dos elementos estruturantes do Sistema Integrado de Garantia e Qualidade, acreditado pela A3ES, e do inquérito ao Clima Organizacional e Satisfação Profissional, iniciado em 2018 e que tem uma periodicidade bianual.

A transformação digital em curso, com a crescente integração das diferentes plataformas: a académica, a financeira, os recursos humanos, os projetos, entre outras, foi também um dos resultados alcançados.

Como nono destaque, o reitor referiu-se a um aumento superior a 10% das receitas totais em relação ao período de 2013 a 2017, associado a um rigoroso controlo da despesa, permitiu uma significativa melhoria da situação financeira que era particularmente frágil no final de 2017.

O último destaque prende-se com o facto de se ter voltado a abrir concursos para recrutamento de pessoal docente e para pessoal não docente, para além de concursos para progressão das carreiras de pessoal docente.

Para o novo mandato, Paulo Águas traça quatro grandes objetivos estratégicos

A iniciar um novo mandato, Paulo Águas questiona: “Como é que queremos estar daqui a 4 anos? Que caminho queremos percorrer? Que resultados queremos alcançar? Que sementes queremos deixar?” O plano de ação apresentado na sua candidatura, constituirá a base para o Plano estratégico 2021-25 e “a nova visão continuará a ser a promoção da sustentabilidade através da inovação e da inclusão, no ensino e na investigação, num clima de proximidade”, garante.

Para o novo mandato, o reitor traça quatro grandes objetivos estratégicos. Ao nível do Ensino: aumentar o número de estudantes e a eficiência formativa, com reforço das áreas STEAM, atingindo ao 10 mil em 2025/26.  Ao nível da Investigação & Transferência: aumentar a atividade, atingindo uma receita média anual de 10 milhões de euros até 2025/26, 25% acima do registado nos últimos 4 anos. Ao nível da Comunidade: aumentar o impacto da UAlg, alcançando uma execução de despesa anual de 60 milhões de euros até 2025/26, 10% acima do registado nos últimos 4 anos. Ao nível da Governança: melhorar o clima organizacional e a satisfação pessoal dos trabalhadores da UAlg, aferido através dos resultados de inquéritos. Ver discurso aqui.

Ana Jorge alertou para o facto de ser necessário refletir e repensar a função das universidades face aos grandes problemas societais

Ana Jorge, na sua primeira intervenção enquanto presidente do Conselho Geral da UAlg, salientou que uma das primeiras missões que este Conselho Geral teve de cumprir foi a da eleição do reitor. “Estamos certos de ter feito um bom trabalho porque, efetivamente, confiamos inteiramente no Magnífico Reitor que acaba de ser empossado e estamos convictos de que continuará a ascensão, nacional e internacional, da Universidade do Algarve, cuja história remonta já ao ano de 1979 e resulta da luta de toda uma região, que se mobilizou para que, também no Ensino Superior, o Algarve fosse uma referência além-fronteiras”. Durante o seu discurso, a presidente do Conselho Geral, destacou o facto de a Universidade do Algarve ser hoje um motor de grande desenvolvimento, que tem crescido de forma sustentável, com a abertura de novos cursos de forma faseada. A este propósito, evocou o curso de Medicina para exemplificar aquele que tem sido o caminho seguido pela Universidade do Algarve que deixa já a sua pegada numa série de profissionais, das mais variadas áreas, que são constantemente reconhecidos em Portugal e no mundo. “Hoje contamos com a Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas. Esta foi, sem dúvida, uma grande aposta que cumpriu e cumpre dois grandes objetivos: formar mais médicos em Portugal, numa zona particularmente carente e com grande dificuldade em alocar recursos humanos; e fixar profissionais numa fase de carreira profissional que permitisse serem os formadores dos novos médicos e desenvolver as estruturas hospitalares que permitissem também ser reconhecidos para o ensino médico”.

No que diz respeito ao papel das universidades, Ana Jorge alertou para o facto de ser necessário refletir e repensar a sua função face aos grandes problemas societais, tendo à cabeça as alterações climáticas e o seu impacto em matéria de saúde pública, mas também ao nível social e económico. “É hoje claro que os temas – e este tema em particular - não podem ser tratados de forma isolada, porque tudo implica com tudo e esta visão de interdisciplinaridade tem de ser assumida, em primeira instância, pelas universidades, que são quem, por excelência, olha o futuro de frente.” A presidente do Conselho Geral referiu ainda que “a realidade cultural, social e económica do Algarve e de Portugal têm beneficiado, inequivocamente, da atividade da Universidade do Algarve em todas as suas áreas de intervenção, sejam elas de formação, de investigação e de transferência ou de interação com a comunidade”. Ver discurso aqui.

Em representação dos funcionários não docentes, Amadeu Cardoso, funcionário aposentado, que exerceu a função de diretor dos Serviços de Ação Social durante 30 anos, recordou a Instituição nos anos 80. “Sou do tempo em que tudo era de todos e por isso fizemos acontecer, sim, não se julgue que o que existe nesta Instituição, caiu do céu, não, o que existe foi feito com muito trabalho e dedicação de todos: Docentes, Investigadores, Trabalhadores não docentes e estudantes, estes a razão da nossa existência, e que devemos saber apoiar e respeitar”. Durante o seu discurso, Amadeu Cardoso, deixou um apelo ao reitor da UAlg para que na sua caminhada “não se esqueça que a Universidade é um todo e nesse todo o corpo dos Trabalhadores não docentes merece a sua melhor atenção”. Ver discurso aqui.

Vítor Pereira, presidente da Associação Académica, em representação dos estudantes, referiu-se aos principais objetivos da Associação Académica, que se baseiam na defesa dos valores e dos interesses dos estudantes da Academia, assim como na resposta às mais variadas necessidades de cada um deles. “Cada um dos estudantes da Universidade do Algarve faz desta instituição a sua casa e por isto e tantos outros pontos igualmente importantes, é necessário referir que a UAlg deverá continuar a trabalhar em prol dos seus estudantes, tendo em vista um melhoramento infraestrutural dos seus edifícios, assim como a melhoria e expansão das suas residências”. Vítor Pereira apelou também “ao desenvolvimento na área desportiva, pois a representação desta instituição passa também pelos nossos atletas. O melhoramento das infraestruturas desportivas deve ser um ponto chave nos anos vindouros”.  Ver discurso aqui.

Em representação dos docentes, Fernanda Matias, da Escola Superior de Gestão e Turismo (ESGHT), assegurou no seu discurso que “os docentes estão cientes da sua nobre missão e da sua responsabilidade social, disponíveis para fazer o seu melhor nas condições de que dispõem, reconhecem a fragilidade financeira vivida há anos, em demasia, pela Universidade e pela maioria das Instituições de Ensino Superior em Portugal e o esforço que a Reitoria tem despendido para acomodar um orçamento dificilmente gerível. Contudo, visando a melhoria da satisfação profissional dos docentes, gostaria de sublinhar a premência de dar continuidade aos procedimentos concursais para progressão nas carreiras e de simplificação dos procedimentos administrativos, além da atenção a dispensar ao rejuvenescimento do pessoal docente”. Ver discurso aqui.

Na cerimónia foram homenageados, com a entrega da medalha de agradecimento da UAlg, João Botelheiro, antigo provedor do Estudante, e Vítor Neto, antigo presidente do Conselho Geral. Foi também atribuído o título de professor emérito aos docentes João Albino Silva, João Guerreiro, Ludgero Sequeira e Pedro Ferré. Com o apoio da Caixa Geral de Depósitos foram ainda entregues as medalhas da Universidade aos funcionários que completam 25 anos de serviço e os prémios aos diplomados com mérito no ano letivo de 2019/2020.

 

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