Perceber como as alterações climáticas influenciaram a origem e a evolução humana

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e coordenado por Ana Isabel Gomes, investigadora do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da Universidade do Algarve, o principal objetivo do projeto InMoz é investigar as alterações ambientais ocorridas durante o Quaternário na região sudeste de Moçambique e os seus impactos na evolução humana.

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Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e coordenado por Ana Isabel Gomes, investigadora do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da Universidade do Algarve, o principal objetivo do projeto InMoz é investigar as alterações ambientais ocorridas durante o Quaternário na região sudeste de Moçambique e os seus impactos na evolução humana.

Para a investigadora, “só conhecendo melhor as alterações climáticas e ambientais ocorridas no passado, entre o este e o sul de África (Moçambique), e os fatores forçadores dessas alterações (globais, regionais e locais), poderemos perceber qual foi o seu papel na origem e evolução do homem”.

Este conhecimento também contribuirá para a divulgação do património natural e cultural de Moçambique. O aquecimento global e as suas consequências são uma preocupação global. “Aumentar o conhecimento sobre as alterações climáticas/ambientais ocorridas no passado e os seus impactos, ajudará a sociedade a compreender como poderá adaptar-se no futuro e contribuirá, a longo prazo, para a gestão e conservação da biodiversidade, e ainda para o desenvolvimento de uma economia ambientalmente sustentável em Moçambique”, refere Ana Gomes.

“Quais foram as alterações climáticas e ambientais que ocorreram ao longo do Quaternário no sudeste de Moçambique e quais os seus impactos na evolução humana?” Para dar resposta a estas questões, Ana Isabel Gomes efetuou a caracterização dos ambientes atuais que se localizam na proximidade de sítios arqueológicos e recolheu registos sedimentares em lagos interdunares que estão a ser analisados, utilizando vários indicadores.

A análise dos dados fornecidos por estes indicadores permitirá conhecer as alterações climáticas ocorridas no passado e a sua influência sobre o Homem, e perceber como a paisagem evoluiu em função do clima e da ação humana.

Segundo a investigadora, Moçambique, especificamente Inhambane, foi escolhido como a área de estudo por duas razões principais. Por um lado, "porque da perspetiva arqueológica é um lugar central para a investigação da origem e evolução do Homem Moderno, devido à sua proximidade a regiões de grande significado paleoantropológico, onde centenas de novos sítios arqueológicos foram descobertos nos últimos anos". Por outro, "a região de Inhambane é rica em ambientes propícios à fixação do Homem (incluindo lagos, mangais, praias, fornecendo recursos como água doce, alimentos e matérias-primas), e o seu grande potencial arqueológico já está a ser investigado pela mesma equipa".

Contrastando com as regiões polares ou com as latitudes médias e altas do Hemisfério Norte, para Ana Gomes "existem muito poucos estudos deste tipo nas latitudes baixas do Hemisfério Sul, especialmente em Moçambique, sendo a integração das investigações arqueológicas e paleoambientais extremamente rara na região”.

Este projeto encontra-se alinhado com o Objetivo 5, "Igualdade de género", através do equilíbrio entre o número de membros do sexo  feminino e masculino. Além disso, promove oportunidades de aprendizagem para todos, particularmente em Moçambique,  através de uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa.

Ana Gomes

Ana Gomes é Licenciada em Biologia e Geologia - Ramo ensino, Doutorada em Ciências do Mar, da Terra e do Ambiente, Geociências e Paleontologia e é investigadora do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB)